Seguidores

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cartas Marcadas



A vida é um jogo de 
cartas marcadas,
seladas,endereçadas
a cada um de nós.

Entregues pelo vento, 
o mensageiro do tempo.

Façam seus jogos,
a roleta da vida
não pode parar,
é perder ou ...ganhar.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Palco da Vida



Mais uma peça a ser montada no Palco da Vida... 
É um monólogo, apenas uma atriz 
em cena.

Veio endereçada a mim, 
li e reli, e perguntei-me?
Será que consigo representá-la?

Havia muitas páginas, algumas 
delas eu queria simplesmente rasgar,
descartar, mas não era possível,
a peça ficaria incompleta.

Dia de estréia, platéia lotada, 
ingressos esgotados, 
e atrás das cortinas do palco, eu tremia.
Como saber se agradaria a todos?

Abrem-se as cortinas, 
luzes, ação.
E lá estava eu com uma rosa
branca em uma das mãos
olhando nos olhos de cada espectador.

Fiquei surpresa ao ver que meu público 
eram todas as pessoas que haviam
passado pela minha vida.

Vi rostos que tanto amei, 
amigos, pessoas muito queridas, 
mas haviam também pessoas,
que muito me magoaram e que eu 
também magoei.

O medo dominou-me, 
eu queria fugir dali, 
mas algo dentro de mim, 
disse-me:
"Coragem, chegastes até aqui, 
nunca fugistes de nada, 
encena tua peça". 

E assim eu fiz, eram três atos.
Ao final, 
abracei aqueles a quem amava, 
pedi perdão a quem magoei, 
e perdoei a quem me magoou, 
e fui aplaudida de pé, 
sentei e chorei, 
neste palco chamado vida.

domingo, 20 de maio de 2012

Velhos Livros




Gosto dos livros velhos,
aqueles que estão empoeirados,
alguns já perderam a capa.

Gosto dos velhos livros,
pois toda vez que pego 
 um deles,
sinto quantas mãos já o folhearam,
quantas lágrimas foram derramadas
sobre ele,
quantos sorrisos de felicidade ele
proporcionou,
quantas vezes ele ficou sobre
os olhos do leitor, que adormeceu
lendo suas linhas.

Quantas vezes ele caiu no chão,
e foi ali deixado.


Quantas juras de amor 
ele presenciou.
Quantos sonos ele velou.
Quantos sonhos ele embalou.

Cada livro é um confessionário,
são conselheiros, guardam segredos, 
rosas daquele primeiro amor, 
hoje secas, mas ainda lhe resta
algum perfume.

Gosto daqueles livros que estão
rabiscados, sublinhados, frases
que disseram muito a alguém em determinado
momento.


Gosto de livros envelhecidos 
pelo tempo,
que já viajaram muito,
que além da história que neles 
está escrita, 
existe a história desse livro que
pertenceu a tantas pessoas, 
tem tantas dedicatórias,
e continua em sua trajetória.

Lindos romances, grandes histórias, todas
elas estão nesse universo de encanto e magia
chamado Livros.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Riscos e Rabiscos




O tempo se perde no esquecimento, longe das fronteiras da vida enternecedora onde surgiu minha vontade de soletrar, de conversar lentamente com o sol, ser voz no deserto, asa alada no vento, palavra na linha do horizonte e gravar entre meus riscos e rabiscos o que me vem da alma e da mente.

Apenas palavras sinceras, aquelas que não ditam regras nem rimas, personalizadas ou não vinda da emoção sempre no sonhar da noite onde flui minha inspiração. Nas pautas das entrelinhas vão surgindo meu versar, sem censura nem controle navego no imponderável, ouço o mundo ao redor do meu céu abro as portas da emoção deixo falar alto o coração.


Reconstruo no tempo no agora ou no momento, nos sinais dos dias que se seguem.
Numa mansa quietude entre meus riscos e rabiscos sempre mergulho nas minhas madrugadas solitárias, sedenta de minha alma me reconstruo desconstruo refaço renasço nasço assim tenho certeza da minha existência. 


Vou rabiscando escrevendo com nexo ou sem nexo inserindo as falas do cotidiano. Estilhaçando a memória do tempo, esbarrando nas arestas da vida, entre sorriso emudecido lágrima e alegria, do meu amor para o meu amor, meu poetar vai surgindo rabiscado nas linhas do destino para ficar gravado na folha da eternidade e na memória onde tudo se faz história. 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS NÓS QUERIDAS AMIGAS

                  
Eu e minha querida mãezinha Julia


A TI MÃE

Como é possível tudo ter passado!?
Não sei nada dessa viagem que fizéste sem querer
Lá nesse céu pálidamente iluminado
Revoltei-me com a dureza da partida
Que mais podia fazer?
Se eras minha mãe querida?!

Cedo ao desejo constante de ao teu colo voltar
Não havendo nada que eu mais quizesse agora
Sensação única, autêntica que vou guardar
Assim como a tarde serena em que foste embora.

Ontem lembrei o teu xale negro
Aquele onde me protegias do frio e do vento
Onde convivíamos ambas em segredo
Enquanto teu olhar me envolvia sem cansaço nem lamento.

A saudade às vezes me tráz uma dor maior
Mas não quero o passado fechado
Quero lembrar-te com todo o meu amor
Sonhando sempre ter-te a meu lado.

A lembrança te leva ao meu eu mais profundo
E é lá que te vejo, minha mãe, a melhor mãe do mundo
É assim que te vejo.




Feliz dia das Mães, a todas as mães presentes, ausentes, 
e aquelas que iguais a minha vão permanecer 
sempre em nossos corações. 




Marilú

terça-feira, 1 de maio de 2012

Gavetas do tempo




                                                                Gavetas do tempo



Hoje resolvi abrir as gavetas do tempo.
Deparei com pilhas de recordações, 
muitas delas nem ao menos me lembrava.



Era como se a vida me perguntasse
por onde andei.

A cada laço que desatava, meu passado 
tornava-se cada vez mais presente. 
Fotos antigas, amareladas, de pessoas 
a quem tanto amei, momentos vividos
que ficaram eternizados....quanta saudade. 

Estava ali, meu primeiro diário, 
meu amigo, confidente, quantos 
sonhos, projetos.
Ao virar uma página encontrei 
a primeira rosa que ganhei....
Da mesma maneira que a coloquei, 
tantos anos ali, presa entre duas 
folhas de papel, sem vida, sem cor, 
mas ainda lhe resta um leve perfume.

Encontrei também várias cartas de amor, 
algumas que nunca li, 
outras que li e reli tantas vezes, 
que as letras estão apagadas
pelas lágrimas que derramei sobre elas. 

Diante daquelas gavetas do tempo
vi toda minha passar, 
planos não realizados, amores frustrados.

Sonhos de menina que a mulher 
não concretizou. 
Peço perdão a criança que 
deixou de sonhar....

A ponte do castelo 
vai subir.......
preciso me despedir.